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Como transformar litígios e apólices em ativos: uma nova visão sobre contencioso e seguros

  • CD Consulting
  • 4 de ago.
  • 3 min de leitura

Em boa parte das empresas, os processos judiciais e as apólices de seguro ainda são tratados como frentes isoladas. O contencioso segue um fluxo próprio, muitas vezes reativo, enquanto os seguros permanecem no radar da área administrativa ou de compras. O resultado dessa separação é conhecido: pouca previsibilidade, baixo aproveitamento das coberturas contratadas e, principalmente, perda de oportunidades.


O que muitos gestores não percebem é que litígios judiciais e apólices vigentes, inclusive as antigas, podem representar ativos financeiros relevantes. Basta mudar o olhar. E, claro, estruturar uma gestão técnica integrada entre jurídico e seguros.


Essa mudança começa com uma pergunta simples, mas que poucos fazem: dos processos judiciais em andamento, quantos poderiam ter cobertura securitária?

A resposta costuma surpreender.


Processos com cobertura, mas sem reembolso


Quando analisados de forma técnica, muitos processos judiciais revelam eventos que estariam amparados por coberturas contratadas, especialmente em apólices de Responsabilidade Civil Geral, RC Profissional e D&O. Em alguns casos, a apólice nem está mais vigente, mas cobre retroativamente o evento discutido na ação.


O problema é que, sem uma análise estruturada e técnica, esses créditos não são identificados. Com isso, a empresa absorve prejuízos que poderiam ser transferidos ao seguro. E segue provisionando valores que impactam diretamente seus indicadores contábeis.


Com a atuação de um operador técnico especializado, é possível fazer o caminho inverso: mapear os sinistros judiciais que têm cobertura, quantificar os valores recuperáveis, acionar a seguradora com base em pareceres sólidos e, se for o caso, solicitar reembolso de valores já pagos.


Esse trabalho não apenas reduz perdas. Ele pode gerar créditos que, devidamente contabilizados, fortalecem o caixa e a governança da empresa.


De passivo a ativo


Uma das grandes vantagens da gestão integrada é que ela permite incluir créditos securitários no balanço. Esses valores, quando mapeados e documentados, passam a fazer parte do patrimônio contábil da empresa, melhorando seus indicadores e aumentando sua previsibilidade financeira.


Além disso, a estruturação desse processo mostra ao mercado e a órgãos reguladores que a empresa possui mecanismos de controle, mitigação de risco e aproveitamento de garantias. É uma medida concreta de fortalecimento do compliance.


Do ponto de vista estratégico, essa integração entre jurídico e seguros reduz a dependência de decisões judiciais, diminui o tempo de resposta e aumenta a eficiência da atuação jurídica. Em vez de litigar por anos para tentar um acordo, a empresa pode acionar a cobertura prevista e resolver o problema com base no contrato de seguro.


Como funciona na prática


O trabalho começa com o levantamento dos processos judiciais em andamento e a análise técnica de cada um deles. Esse mapeamento considera o tipo de evento, os valores discutidos,     os documentos disponíveis e o histórico de apólices contratadas.


Na sequência, os casos com potencial de cobertura são organizados em um relatório técnico e priorizados conforme impacto financeiro e viabilidade de regulação. A equipe especializada atua então junto às seguradoras para o reconhecimento do sinistro, a emissão de pareceres e, quando possível, o recebimento do reembolso.


Esse processo pode ser contínuo, como parte de uma gestão estratégica do contencioso, ou aplicado em ciclos específicos de auditoria e revisão.


O importante é entender que se trata de um serviço técnico, que demanda conhecimento jurídico, domínio do mercado de seguros e capacidade de articulação entre áreas que, historicamente, operam de forma apartada.


Litígios fazem parte do jogo. Mas deixar dinheiro na mesa, não


Seja por desconhecimento ou por falta de estrutura, muitas empresas deixam de recuperar valores que têm direito. Perdem reembolsos, não acionam coberturas, mantêm provisões desnecessárias e abrem mão de créditos que poderiam fazer diferença no balanço.


Com a gestão integrada entre as áreas integradas e o contencioso, é possível virar esse jogo. Transformar risco em previsibilidade, conflito em recuperação e litígio em ativo.


É uma nova forma de olhar para o que sempre esteve ali. E que, com o apoio técnico certo, pode virar vantagem competitiva.


 
 

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